Chape concorrente no Laureus: qual o significado disso?


Em meio a tantas futilidades e pouquíssimos fatos agradáveis no mundo de hoje, uma notícia chamou atenção: A Chapecoense está concorrendo ao prêmio Laureus, na categoria melhor momento esportivo de 2017. Os "eternos campeões", como estão sendo chamados pela organização do evento, estão no páreo desse mês de novembro, graças ao título catarinense e a volta do Alan Ruschel aos gramados, 10 meses após o trágico acidente aereo. Os concorrentes da chape são: Lutando juntos (Davide Nicola, Técnico do Crotone, quer manter o time na série "A" do campeonato italiano e pedala 1300 km para homenagear o filho, que nasceu com câncer); O buraco mais longo (Rom Rutland e Adam Rolston concluem a jornada do buraco de golfe mais longa do mundo, em 80 dias na Mongólia); Meu melhor companheiro (a amizade de Jarryd Haimes e Mark Smith, muito além de um simples jogo do campeonato australiano de rugby); Do cristal de metanfetami em à gloria (a fantástica ascensão do saltador Luvo Manyonga das profundezas da dependência das drogas ao topo do mundo) e O arqueiro sem braços (Matt Stutzman supera a adversidade e vence arqueiros sem deficiência no campeonato americano de tiro com arco). Na página mylaureus.com (sem o www), você escolhe o ganhador da categoria. Como essa etapa vai até o fim de novembro, o público só tem até o final do mês para votar. Os vencedores de novembro e dezembro se juntarão a: Kimi Raikkönen e o fã Thomas Danel (outubro); O piloto de 18 anos, Billy Monger (setembro) e Bradley Lowery, torcedor-símbolo do Sunderland, que morreu aos 6 aninhos (outubro), para receberem suas honrarias, em fevereiro de 2018. Mas, afinal para que serve o prêmio Laureus? Qual a representatividade, o significado disso? Criado em 1999 (premiações em 2000), o Laureus da World Sports Academy é considerado o Oscar do Esporte Mundial. Atletas do nível de Novak Dyokovic, Daniel Dias e Simone Biles já tiveram esse privilégio. Pode parecer apenas simbólico, mas o significado disso remete a lealdade, superação de dramas e também, dedicação. Só que o grande detalhe é: Para estar nessa galeria, é muito importante ter uma visão além da desportiva. Ou seja, muito além dos campos, das quadras, pistas, é fundamental entendermos que o esporte deva ser instrumento para mudar uma sociedade, geração, o mundo. Todos esses concorrentes e ganhadores tiveram um papel nesse sentido. O clube de Santa Catarina, mesmo com todos os problemas e dificuldades, que não são poucas e nem simples, também merece o Laureus. Principalmente, pela volta do Ruschel. A propósito, faltam poucas semanas para completar exatos 1 ano da tragédia, que vitimou 76 tribulantes, sendo 71 mortos. Na época, diante de toda a choradeira e que comoveu o mundo inteiro (incluindo as mais diversas autoridades políticas), muito se comentou sobre mudança de atitude e caracter. Quer dizer, especialmente nas redes sociais, muita gente falou: "Ah, mas agora eu vou amar mais o próximo". "A partir de agora, pode ter certeza que vou ter mais compaixão e ser mais solidário para com o próximo (menos egoísta, prometeu)". Se no meio do futebol (em frente as câmeras), apareceu bastante dirigentes de clubes prometendo ajudar, cedendo um jogador razoável para a chape remontar seu elenco (poucos cumpriram), fora só faltavam afirmar "categoricamente" que iriam "se matar pela Chapecoense". Inclusive, quem abria a boca "contra a maré", era esculachado de todas as formas possíveis. Só faltava receber chibatadas, em praça pública. Todavia, contudo, entretanto, aquele clima todo de consternação e compaixão para com Chapecó foi sumindo pouco a pouco. A vida precisa continuar (sei disso), porém é lamentável que nem com um exemplo trágico desses (fora outros que ocorrem diariamente) as pessoas mudam. Ainda que elas façam promessas de melhorar suas atitudes e principalmente o caracter, não o procuram alterar na essência. É verdade que ainda há pessoas boas, mas várias continuam preferindo a desinteligência, o desequilíbrio por qualquer coisinha, a falsidade, o egoísmo, a ganância, a grosseria sem motivo, a violência mental e talvez até a física, da maneira mais errada e imbecil possível, entre outras formas de enganar e fazer o mal para com o outro indivíduo. Além de não aceitar críticas construtivas e ainda se achar no direito de julgar a vida do outro, como se a sua fosse melhor do que a dele. Meu Deussssssssss do Céu... Quantas outras tragédias, superações e Laureus os seres humanos vão precisam para "se tocarem" e passarem a amar mais o próximo, de verdade? Será que não podemos fazer isso, seriamente e constantemente, a partir de hoje? Ou por que não a partir de agora, aliás?

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