Queda da nota de risco: será que a economia brasileira está melhorando mesmo?


Na última sexta-feira, mais uma agência de risco rebaixou a nota de crédito brasileira no mercado internacional. Depois da Standard&Poor's anunciar isso no dia 11 de Janeiro, dessa vez quem resolveu seguir o caminho foi a também americana, Fitch: Queda de BB para BB -. Com isso, o Brasil fica 3 degraus abaixo do grau de investimento de bom pagador de suas dividas externas. O que não acontecia desde 2005. A única top que ainda mantém o país no mesmo patamar, mas não muito distante, com 2 tetos abaixo do aceitável, é a também nova yorkina, Moody's. Para essas frias agências, a cada dia que passa o governo brazuca perde a capacidade de pagar as suas dividas públicas. A nada confortável - pelo contrário até - situação fiscal e a suspensão da não tramitação no Congresso da polêmica reforma previdenciária são "pratos cheios" para tirar mais o selo de bom pagador do nosso país. A Fitch ainda destaca que o governo Temer cumpriu as suas metas do déficit fiscal primário antes do pagamento dos juros da dívida pública, ainda em 2017. O que representou 8% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Só que a conturbada perspetiva para o eleitoral 2018 e o 1° ano de mandato do próximo Presidente, em 2019, é de 9,7%. Isso considerando que a média das nações BB é de apenas 3% do PIB. Já a dívida pública que chegou a 74% do PIB  em 2017, deve entrar na casa dos 80% em 2019. Daí, mais essa diminuição no grau de investimento tupiniquim. Segundo especialistas, a economia brasileira, aos poucos, saí da recessão e esse ano deverá crescer em até 1,5% para uma inflação de no máximo 2,5%. O que não é lá grandes coisas, mas melhor em relação as recentes temporadas. Todavia, a pergunta que não cala é: Será que a economia irá "sair do vermelho" já nesse 2018? E principalmente, será que o povo sentirá, de verdade, essa melhoria? E se a economia está melhorando, por que então a nota se risco vem decrescendo? Coincidentemente ou não, também no último dia 23 o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou pela 1° vez um mapa real da situação dos desocupados no Brasil: São 12,3 milhões de desempregados - pessoas que não trabalham, mas procuraram nos últimos 30 dias; 6,5 milhões de subocupados - gente que trabalha menos de 40hs semanais, porém gostaria de atuar mais; 7,3 milhões que podem trabalhar, mas não estão no mercado (Força de Trabalho Potencial). Esse grupo inclui 4,3 milhões de desalentos - pessoas que desistiram de procurar e outras 3 milhões que poderiam procurar. Contudo, não vão atrás por algum motivo, como: Mães que precisam ficar em casa cuidando dos filhos. Se somados esses dados, faltam vagas para 26,4 milhões de brasileiros. Olha, a economia do Brasil pode até estar dando sinais de recuperação e elevar a retomada da aceleração ainda em 2018, porém os problemas vão além das finanças: Saúde, educação, transporte, saneamento básico e outros itens também estão bastante precários. Ou seja, os desafios que o maior país da América Latina tem de enfrentar são e vão bem acima do dinheiro. É estrutural, de gestão também. As agências de riscos internacionais podem até ser muito distantes. Entretanto, sabem observar o cenário.

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