Será a Copa dos "inconsistentes"?


Hoje e amanhã, serão disputadas as Semi-finais da Copa do Mundo. Hoje, franceses e belgas se enfrentarão em São Petersburgo. Amanhã, ingleses e croatas medirão forças em Moscou, no Estádio Lujniki. Esse é o mesmo estádio onde será a final de domingo. Durante o evento, muito se discutiu sobre as chamadas "zebras". Ou seja, se não estaria havendo bastantes surpresas, já que Alemanha, Argentina, Espanha e Brasil ficaram pelo meio do caminho. Portanto, caindo cedo. Isso é: Antes mesmo dessas semis. Fora que seleções como Itália e Holanda nem se classificaram. Por outro lado, sempre houveram e haverão resultados e desempenhos inesperados no futebol. Ainda mais, se considerada toda a evolução física, tecnológica e científica dos últimos tempos. Ou, com todo esse equilíbrio, as chances de surpresas já não existem mais?? Porém, dos 4 que sobraram, apenas a Croácia não estava cotada. A França, de Didier Descamps, entrou como uma das favoritas e evoluiu no Mundial. Principalmente, com a entrada de Kylian M'Bappé. Se classificou tranquilo nas Eliminatórias, mas o 0×0 em casa diante da fraquíssima Luxemburgo e o futebol pouco menos vistoso do que a qualidade no papel dava sinais de instabilidade. A Bélgica, de Roberto Martínez, é emergente. Desde 2014, vem sendo apontada com uma possível evolução e a quem mais possuí chances de superar as seleções de ponta. Mas, será surpresa se for Campeã? Sobre o jogo de daqui a pouco, a responsabilidade maior é do time de Descamps. Até pela diferença histórica entre ambos e afins. A chance de vencer será maior pelas pontas, através de triangulações com Pavard, Pogba e M'Bappé na direita e Hernández, Matuidi (que deverá voltar de suspensão) e Griezmann, via esquerda. Toque de bola e inversões de jogo, além da movimentação de Giroud, poderão facilitar o acesso ao gol. No entanto, os diabos vermelhos por terem mais jogadores no meio-campo, poderão conseguir controlar a partida e contra-atacar com mais eficiência. Por isso, a recomposição e roubada de bola (especialmente, no campo ofensivo) poderá fazer a diferença aos les blues. Os belgas só não podem ser totalmente dominados. A Inglaterra é outra que pisou em solo russo como uma das candidatas ao troféu. Só que bem desacreditada por sucessivos fracassos, desde 66. O conjunto, de Gareth Southgate, apesar dos muitos defeitos, cresceu e chegou até aqui, as Semi-finais. Feito que não conseguia desde 90, quando encerrou em 4° lugar. Contra os croatas, são favoritos. Contudo, além de que tudo precisa dar certo, já que não haverá jogo de volta pra reverter, tem de fechar as suas pontas (seu principal defeito) e tomar cuidado com os excelentes armadores, Modric e Rakitic. O fato de os titulares terem um jogo a menos (poupados contra a Bélgica) e terem disputado só uma prorrogação e disputa de penâltis, enquanto o adversário jogou 2, também pode pesar a favor do time da terra da Rainha. Embora, tenha vacilado e deixado ir pros 'penal' diante da Colômbia, também precisa se ligar num oponente que nas Oitavas e Quartas saiu atrás no marcador, mas logo reagiu. Falando nisso, a seleção vatrene, de Zlatko Dalic, surpreende na medida que não era aposta pra estar entre os melhores, nem brigar pelo topo. Entretanto, brilhou na vitória por 3×0 em cima da Argentina, terminou em 1° da chave e tirou a anfitriã Rússia, que havia despachado a poderosa Espanha. Aliás, depois desse triunfo, começou uma polêmica envolvendo o Zagueiro Vida e o agora afastado Observador Técnico Vukojevic, por causa de um vídeo na internet em apoio a Ucrânia. A Ucrânia é um país que vive as turras por que a Rússia quer o tirar a força a região da Crimeia. Ou seja, se quiser ir mais longe que a 3° colocação de 98 e estar na finalíssima de Domingo, precisa superar essa crise política e anular a dupla de ataque, Sterling (que fez a sua melhor partida na Copa no último Sábado contra a Suécia, apesar de não marcar gol pela seleção a 24 jogos) e especialmente o artilheiro do torneio com 6 tentos, Kane. Isso para não falar de explorar as costas dos Alas Trippier e Young. Neutralizar as bolas paradas, também é de importância ímpar. Dos 11 gols britânicos, 8 vieram dessa forma. Essas são as principais receitas. Agora, é importante notar que cada competição, Copa do Mundo apresenta uma característica diferente. Se as mudanças táticas espicharam nas últimas décadas, mas não entre os últimos 5, 6 anos, os conceitos estratégicos, físicos, técnicos e emocionais estão a pleno vapor. Em 94, o Brasil chegará hiper pressionado por está a 24 anos sem o caneco e "era Dunga" de 90. O raivoso capitão junto com o excepcional Taffarel, o excelente e comédia Ricardo Rocha se juntaram a brilhante dupla Bebeto e principalmente, Romário, para dar ao cirúrgico time de Parreira o "tetra". Em 98, a França, apoiada irrestritamente por sua torcida e comandada por Aimé Jacquet e pelo craque Zidane (apesar da expulsão feia no jogo contra Marrocos), faturou o seu único Mundial. Em 2002, Felipão formou a descrente "família Scolari", com Rivaldo e Ronaldo, a equipe cresceu e levou o "penta". Já em 2006, a exemplo de 82, sob suspeitas fortíssimas de corrupção em seu futebol, assim como o Brasil, a Itália conseguiu o "tetra" 24 anos após o "tri". O título veio a "la italiana", com muita marcação, retranca e "uma bola". Em 2010, o bonito toque de bola foi fatal na única conquista de Copa do Mundo espanhola. E na mais recente, em 2014, o preparo e a técnica alemã foram essenciais no "tetra". Aliás, idêntico ao Brasil e a Itália, a equipe de Joachim Löw também demorou 6 edições ou 24 anos entre o "tri" e o "tetra". Uma coisa é certa: Independentemente de espera, surpresa, consistência, inconsistência ou características, o trabalho sério a médio ou longo prazo são importantíssimos para quem deseja o sucesso e o melhor. Inclusive, pro Brasil. Começando pelas categorias de base... Ainda que dos 4 Treinadores Semi-finalistas, 3 estão a no máximo 2 anos no cargo, sendo o croata Dalic a apenas 9 meses. Só o francês Descamps está a um bom tempo: 6 anos. Até Tite no Brasil chegou a Copa com somente 21 jogos e quase 2 anos. Aliás, a seleção brasilieira foi a última seleção não europeia a alcançar o lugar mais alto do pódio, em 2002. Depois, só equipes do velho continente. Inclusive, desse ano. Independente dos finalistas. E vocês, leitores, desejam quem pra levantar a taça da Copa de 2018? Acham que qual seleção irá obter o troféu condecorado a ouro dessa 21° edição da Copa do Mundo? Ainda valem os palpites de vocês... 😀.

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