Será que o futebol feminino vai ser revolucionário no Brasil?


Década de 80. Mais precisamente, 1984. Olimpíadas de Los Angeles.
Depois de uma campanha incrível, a seleção brasileira masculina de vôlei só perde na final para os americanos, donos da casa, por 3 sets a 0.
A Seleção comandada por Bebeto de Freitas e que contava com jogadores, como: Montanaro, Amauri, Domingos Maracanã, Bernard (o inventor do saque "jornada nas estrelas"), Bernardinho (que anos mais tarde viria a se tornar o Treinador brilhante do time), Renan Dal Zotto (hoje o Técnico da equipe e que junto com William, outra peça importante na época, difundiram o saque "viajem"), ficaram conhecidos como a "geração de prata".
Foi a 1° medalha da modalidade no país. Antes, nem homens, nem mulheres, haviam conseguido o pódio neste esporte, em jogos olímpicos.
Daí, o voleibol começou a mudar de patamar e virou revolucionário no Brasil. E não apenas nas quadras, como também nas areias. O prata da dupla Adriana Behar e Shelda em Atlanta, 96, também nos EUA, foi a 1° consagração do país tupiniquim na praia.
Escolinhas de vôlei aumentaram; Campeonatos, desde a base, montados; Clubes passaram a investir mais, e não só em atletas, mas em estrutura também e patrocinadores, idem. O que atraiu até a TV aberta a fazer o mesmo. E o público aderiu bastante a ideia, passando o esporte a ser o 2° mais popular no país canarinho.
Está atrás apenas do futebol.
Só que do masculino.
E o feminino???
Este, sempre cercado de preconceito e capengando de tão baixo investimento, chega a ser amador, inexistente no Brasil.
Desde a 1° medalha olímpica, o bronze em Atlanta, a promessa de vários dirigentes e políticos deste país é dar mais atenção, apoio, investimento no futebol feminino...
No entanto, entram e acabam ciclos, sejam de mundiais ou olímpicos e nada nunca é feito.
Apenas repetem o que sempre afirmam a anos, a décadas até.
Na verdade, a CBF, clubes e parlamentares nem davam ouvidosa queixas e condições das meninas.
O que muitas vezes tornou o futebol impraticável e insustentável entre as mulheres.
Os torneios em que a Band, de Luciano do Valle, do Show do Esporte e da Traffic mostravam eram insuficientes, por mais e melhores pioneiros que fossem.
Entretanto, por causa do "empoderamento feminino", com o aval da Fifa, a Conmebol pressionou a CBF, que repassou aos clubes a obrigação de criarem times femininos. E isso, não só no Brasil, porém em toda a América do Sul.
Daí, Campeonatos Brasileiros e sul-americanos começam a ocorrerem de verdade, desde a base...
Por isso, as transmissões, até da Globo na Copa do Mundo e apoio de patrocinadores.
O que pode ser importante e fundamental nas mudanças da Seleção, por exemplo. Vide as despedidas das craques, recordistas e veteranas Marta, Formiga e Cristiane...
Agora, o que resta saber é se não será mais um "fogo de palha" ou se a realidade, de fato, mudará e será transformada, mais ou menos como no vôlei e que o basquete, com o NBB e afins, pra citar outro exemplo, está tentando seguir.
Talvez, a inédita recepção da delegação, ontem, em São Paulo, seja um aperitivo...
Os europeus são os primeiros a fecharem com os sul-americanos e o bloco da América do Sul é o oitavo mais lucrativo pro velho continente, estimado em 1 trilhão e meio de Dólares.
Portanto, pode ter sido um ótimo negócio mesmo.
Todavia, muita calma nesse hora, já que vários empresários não veem com muito "bons olhos" (pelo contrário até) a retirada de impostos ou de tarifas alfandegárias...

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