Tristeza, vergonha e considerações...


Além do campeão Flamengo e seus incríveis 90 pontos, o que mais chamou a atenção neste Brasileirão foi a queda do Cruzeiro. Ainda mais, considerando que era um dos favoritos para levar o título, no início da competição. Aliás, a 1° derrota da raposa NO ANO só veio ocorrer na rodada inaugural do mesmo Brasileiro, para o próprio Flamengo no Maracanã. Isso, em Abril.
O Mineiro, ganho de forma invicta. Na Libertadores, se não fosse a derrota posterior pro Emelec, teria encerrado a Fase de Grupos com a melhor campanha, dentre as 32 equipes. É verdade que o Mineiro é fraquíssimo, mesmo contra o nível Atlético na decisão. Assim como na Liberta, não havia enfrentado um adversário à altura.
No entanto, eram mais de 3 meses sem uma derrota e os mais de 3 anos de trabalho consistente de Mano Menezes, tendo ganho, inclusive as duas Copas do Brasil anteriores (2017 e 2018) e estrelas, como: Fábio, Edílson, Thiago Neves e Fred, e mais reforços, que vinham se encaixando bem no conjunto, tipo: Rodriguinho e Marquinhos Gabriel, apontavam que seria uma de suas melhores temporadas, em seus 98 anos de história.
Entretanto, contudo, todavia, eis que a crise chegou e como num raio estarrecedor, caiu feito uma bomba, na Toca da Raposa: em maio, o Fantástico exibiu uma série de denúncias gravíssimas de corrupção contra a diretoria do clube celeste. Dentre as quais, que a Polícia Civil estaria investigando a gestão do presidente, Wagner Pires de Sá, do então vice-presidente de futebol, Itair Machado e do então diretor-geral, Sérgio Nonato, por fraude de documentos, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. Fora, as suspeitas fortíssimas de ainda desrespeitar normas da Fifa e da CBF, em transações de atletas. Inclusive, da base. Numa delas, envolvendo até a repartição de uma porcentagem de um garoto de apenas 12 anos (Estevão Willian, conhecido como "Messinho"), com o empresário Cristiano Richard, que segundo as denúncias nem era cadastrado pela CBF.
Cristiano, nega. E, com a PF também apurando, Itair e Nonato tiveram de largar os cargos. Diante de todo esse quadro caótico (adivinha?!), ressurge o ex-Presidente e ex-Senador Zezé Perrella, até como uma forma de evitar o impeachment de Wagner Pires, cuja oposição com o Conselho Deliberativo queria, de qualquer maneira. Só que o alvo era, claro, o futebol.
A essa altura, já eliminado da Libertadores e sem faturar a Copa do Brasil, e com o rebaixamento se encaminhando, Mano e Rogério Ceni (este já alertava a falta de intensidade e a apatia da equipe), já tinham sido mandados embora. Abel, não durou muito mais tempo. Aí, faltando apenas 3 rodadas derradeiras, trás Adílson Batista, Técnico da Final da Liberta há justamente 10 anos atrás, mas que estava em baixa na carreira, pra "dar um choque". Além do afastamento de seu camisa 10, Thiago Neves, por "indisciplina". E não deu outra: cumpriu a receita direitinho pra cair pra 2° divisão pela 1° vez em sua gloriosa história.
Agora, resta reconstruir a instituição (por sinal, com mais de R$600 mi em dívidas e atrasos salariais), aprender a lição e com a responsabilidade de subir em 2020, sendo que 2021 é o ano de seu centenário. E se possível, não apenas ficando entre os 4, mas sim, com o título da Série "B". Campeonato que deve faturar somente R$10 mi dos R$70 mi da receita da TV de 2019. Mais triste do que isso, só a previsível (torcida única não resolve o problema) e vergonhosa violência ocorrida dentro e fora do Mineirão, diante do Palmeiras, no Domingo...

Outras considerações: apesar da incompetência na gestão dos clubes e da CBF, o nível técnico do Brasileirão deste ano foi um pouco melhor do que em temporadas anteriores. Nada para fazer alarde, mas tivemos algumas boas ou ótimas partidas, sim.
A volta de bons e/ou consagrados atletas do exterior, com passagens até pela Seleção, como: os Laterais Rafinha, Filipe Luís, Jorge e Daniel Alves (apesar deste, insistemente na Meia, não foi bem) e revelações, tipo: Caio Henrique, do Fluminense, Michael, do Goiás, Thalles Magno, do Vasco e Anthony, do São Paulo foram fundamentais pra isso. Além, é claro, de trabalhos excepcionais de Técnicos, como: Sampaoli, no Santos, cujo só não foi mais longe do que Jorge Jesus, no Campeoníssimo Flamengo. Mas, além dos 2 estrangeiros, é importante fazer menção honrosa a Rogério Ceni, no Fortaleza e Roger Machado, no Bahia. Ney Franco, no Goiás, também foi bem. Eles não são os únicos responsáveis pelo sucesso de suas equipes, porém foram essenciais.
De resto, não houve nenhuma surpresa. Seja positiva ou negativa, lamentando somente a queda da Chapecoense, 3 anos após o trágico acidente aéreo. Era uma das poucas equipes que não havia caído pra 2° divisão.
A ação de marketing do Vasco, que multiplicou o seu sócio-torcedor de 30 mil para mais de 170 mil torcedores, em menos de duas semanas, mostra o quão forte pode ser a força de um clube. Ainda mais, grande, gigante. Outros brasileiros deveriam olhar pro clube da colina, que por sinal assumiu a liderança, nesse sentido. E o VAR foi bem, mas ainda pode e deve evoluir...
A seleção do Blog é: Diego Alves, Rafinha, Rodrigo Caio, Pablo Marí e Jorge; Pituca, Gerson, Everton Ribeiro e Arrascaeta (este, inclusive, com o gol mais lindo, a bicicleta diante do Ceará); Bruno Henrique (vice artilheiro, com 21 gols) e Gabigol (artilheiro, com 25). Técnico: Jorge Jesus...

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