Brasil pentacampeão do mundo: minhas emoções...


Com pandemia, sem futebol, mas pra agradar patrocinadores e audiência, a Globo reexibiu, no domingo, a Final da Copa do Mundo de 2002, disputada no Japão e na Coreia do Sul.

O Brasil bateu a Alemanha, de Rudi Völler, Ballack (apesar da suspensão na grande Final), Klose, por 2×0, em Yokohama, e faturou o "penta" (aspas por que não foram 5 títulos seguidos...), o seu último troféu Mundial até hoje.

Jogo este apitado pelo italiano Pierluigi Collina, o melhor árbitro do mundo na época e, considerado por muitos, de todos os tempos também...

Particularmente, aquela Copa foi inesquecível para mim...

Entre outros detalhes, primeiramente, lembro que eu tinha 13 anos de idade e fiz um trabalho de escola (estava na 7° série do Ensino Fundamental, 1° grau) sobre as 32 seleções, cujas iriam participar daquele torneio.

Na verdade, eram informações básicas e histórias, sobre quais eram os costumes, religião predominante, dados populacionais, a capital desses países.

O objetivo, obviamente, era conhecer um pouquinho de cada uma dessas 32 nações...

Um show à parte! Kkk. 😎

Sobre a competição em si, eu era uma das pouquíssimas pessoas cuja acreditava piamente na seleção. Até mesmo num possível caneco...

Lembro que em um dos últimos amistosos antes daquela seara, na qual goleou a fraquíssima Islândia por 6×1 (destaque pro então jovem e paparicado Kaká, inclusive com um golaço de fora da área), mas saiu vaiada, em Cuiabá, elogiei o time.

Aí, fui muito criticado por pessoas próximas a mim...

Doce ilusão!

O tempo mostrou que eu estava certo...

No entanto, não foi fácil.

Aliás, bemmm distante disso...

Só a um ano atrás, que Felipão tinha assumido o comando e ainda passado pelo vexame da eliminação na Copa América, diante da péssima Honduras...

Isso, com as Eliminatórias bastante instável, se classificando apenas na última rodada, metendo 3×0 na "saco de pancadas" Venezuela...

Com tudo isso, evidentemente, não chegou entre os favoritos pra Copa da Ásia. Aliás, assim como os alemães, seu adversário da Final, que viria depois...

Inclusive, nunca haviam se enfrentado na história das Copas e não eram nem as 5, 6 seleções mais cotadas para aquela edição...

As tradicionais Itália, Espanha, Inglaterra e até Portugal, de Figo, que tinha sido eleito o "melhor do mundo" pela Fifa, em 2001, lideravam as fichas de apostas...

Entretanto, todavia, os principais candidatos eram a França e a Argentina: os franceses, então atuais Campeões e que também tinham acabado de levar a Eurocopa e a Copa das Confederações. Isso, sem citar Zidane, principal estrela daquela geração, mas que chegou machucado naquele Mundial. E os hermanos, de 'El loco' Bielsa, Batistuta, que haviam feito umas Eliminatórias incrível...

Mas, ambos caíram, sem dó, ainda na fase inicial...

Aí, como é muito comum no futebol, principalmente nas grandes e tradicionais equipes, o Brasil cresceu. Especialmente, nos momentos mais decisivos...

Felipão, soube capitalizar muito bem a família "Scolari". Além do seu igualmente bem montado 3-5-2, de fortíssima marcação e ataques fulminantes...

Marcos, catou muito!

Lúcio, cresceu muito durante a competição. Principalmente, após a bisonha falha contra a Inglaterra...

Roque Júnior, se impôs e Edmílson, foi um "líbero" ímpar. Aliás, para mim, o gol de bicicleta dele contra a Costa Rica foi o mais belo daquele campeonato...

Cafú (que linda homenagem pra sua esposa e cidade natal, Jardim Irene na hora que ergueu a taça, hein! 😀) e Roberto Carlos, não poderiam ter sido melhores alas...

Gilberto Silva, simplesmente, fez um excelente papel na contenção!

Kléberson, entrou no Final do confronto contra a Bélgica e, simplesmente, não saiu mais do time. Ele tomou a vaga do sacrificado Juninho Paulista (hoje Coordenador de Seleções da CBF), que estava no lugar do, infelizmente, contundido e cortado Emerson (que seria o capitão, inclusive)...

E os 3 'Rs' da frente, simplesmente, arrebentaram!

Por exemplo, Ronaldinho Gaúcho deixou o time com um a menos, diante dos ingleses. Porém, antes havia servido Rivaldo, que empatou o jogo e feito aquele golaço de falta, o da virada...

Rivaldo e Ronaldo, nada menos do que decisivos!

Rivaldo, sem o marketing do "fenômeno" e na época "cascão" Ronaldo, o maior artilheiro de uma só edição, com 8 tentos...

Inclusive, com os 2 da finalíssima (o primeiro, com a clamorosa contribuição do excepcional Oliver Kahn e o segundo, após uma enfiada de Kléberson)...

Aliás, quem acreditava de verdade nele antes daquela Copa, hein?!

Hoje, muitos o elogiam, falam que era um timaço e tal, mas na época queriam até bater no Felipão (o que, inclusive, quase ocorreu, com a permissão do Ricardo Teixeira, então presidente da CBF) por não convocar o Romário...

Aliás, além dos 11 titulares citados e do técnico Luiz Felipe Scolari, vale a pena mencionar também os demais jogadores: goleiros, Dida e Rogério Ceni. Zagueiro, Anderson Polga. Laterais/Alas, Belletti e Junior. Volante, Vampeta (este provocou uma das cenas mais alegres e engraçadas na chegada da delegação, ao dar cambalhotas na rampa do Planalto, em frente ao então Presidente FHC. Dizem que ele estava bêbado e que perdeu a medalha, buscada depois pelo Edmílson... Kk). Meias, Kaká, Juninho Paulista e Ricardinho (convocado de última hora, no corte do Emerson). E atacantes, Denílson (quem não se lembra da partida contra a Turquia, na Semi, que ele "chamou os turcos para dançarem", hein?! Kk), Edílson e Luizão.

Vale a pena também relembrar a campanha de 2002: estreou vencendo a Turquia por 2×1, ajudado pela arbitragem, num penâlti aos 41 mim do 2° tempo. E, fechou a Fase de Grupos goleando as limitadíssimas China (4×0) e Costa Rica (5×2), sendo este o jogo do golaço de biche do Edmílson, como dito. Nas oitavas, vitória por 2×0 contra a Bélgica, novamente ajudado pela arbitragem, mas com Kléberson entrando bem e não saindo mais da equipe. Neste jogo, ele inclusive deu o passe pro 2° gol, marcado por Ronaldo. Nas quartas, a virada contra a Inglaterra, por 2×1, numa partida em que ficou e se superou com um a menos durante boa parte do jogo. Na semi, o famoso gol de bico do Ronado (1×0) contra os turcos, cujos ainda cercaram o Denílson. E na decisão, mais 2 gols do "fenômeno", sendo o primeiro com a colaboração do Kahn, conforme dito, pra sacramentar a conquista...

Foi a única seleção a ser campeã vencendo todos os 7 jogos na história das Copas...

Time todo ou a maioria dos titulares poderia perfeitamente estar na lista da seleção dos melhores jogadores daquela edição da Copa do Mundo...

Bom, depois da final, claro, muita alegria...

Recordo que 2 dias depois daquele 30 de Junho, a delegação toda desembarcou aqui em Brasília...

Saíram do aeroporto e foram direto pro Palácio do Planalto se encontrar com o presidente, políticos e vários convidados...

Desde antes mesma da chegada ao Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, de manhã cedo (aliás, é importante frisar que todos os jogos daquela Copa foram de manhã cedinho ou de madrugada, pelo horário brasileiro, por causa do fuso), a ansiedade já era grande demais...

Era "um olho e uma corrida em casa (TV) e o outro na rua",  pra "não perder nada" e, principalmente, ver e pegar os jogadores e o Felipão em frente a minha casa...

Isso, por que, claro, o meu prédio é caminho entre o aeroporto e a Esplanada dos Ministérios, onde fica o Planalto.

Então, quando a delegação passou no Eixão, num caminhão do Corpo de Bombeiros, logicamente, foi uma COMEMORAÇÃO IMENSA que só...

Estava a poucos metros com uns colegas da quadra na época: balançamos a bandeira do Brasil, pulamos, gritamos: "É PENTA! É PENTA! É PENTA! É PENTA! É PENTA! E soltamos vários palavrões...

A trilha sonora que embalou aquela conquista foi: "Festa no Gueto (Ivete Sangalo) e Deixa a Vida Me Levar (Zeca Pagodinho).

Lembro ainda que na cidade, assim como em São Paulo e no Rio de Janeiro (estados onde o cortejo iria passar) foi decretado "ponto facultativo".

Ou seja, escolas, empresas, só abririam se quisessem naquele dia.

A tarde, fui para o CIL (Centro de Línguas), onde cursava Inglês.

A alegria era tanta, que quase ninguém apareceu e fomos dispensados da aula e da escola, no dia... ✌

Depois, como dito, jogadores e delegação seguiram em direção a SP e RJ, e cada um pras suas cidades...

Muita coisa se passou na vida e no futebol...

Tanto no sentido positivo quanto no negativo...

Entretanto, como diria o ditado, "recordar é viver"...

Ainda que seja 18 anos depois... 🙏😎

Comentários

  1. Sem dúvidas, " recordar é viver" Recordei lindamente
    Copa de 70. Tinha 11 anos.
    Música inesquecível..🎶 90 milhões em ação pra frente Brasil, salve a seleção..
    No México. A comemoração do Tri.
    A de 1994 USA.. final super emocionante.🇧🇷 🇮🇹
    E o horror de ver a seleção Alemã, "regaçando" Brasil .
    No meu quintal ... Comendo tropeiro 🙉🙈🙊.
    Enfim, gostei do seu post.

    ResponderExcluir
  2. Sem dúvidas, " recordar é viver" Recordei lindamente
    Copa de 70. Tinha 11 anos.
    Música inesquecível..🎶 90 milhões em ação pra frente Brasil, salve a seleção..
    No México. A comemoração do Tri.
    A de 1994 USA.. final super emocionante.🇧🇷 🇮🇹
    E o horror de ver a seleção Alemã, "regaçando" Brasil .
    No meu quintal ... Comendo tropeiro 🙉🙈🙊.
    Enfim, gostei do seu post.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Kat, muito obrigado pela elogio e participação! Não suma... Fica com Deus!

      Excluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Picanha incomestível...

Dificuldade esperada...

Semelhanças e contrates...