Liverpool faz história na pandemia...


Outra grande liga que retornou foi a inglesa...
Assim como o Bayern de Munique fez história, semana passada, na Alemanha, o Liverpool conquistou, quinta-feira, o título MB na Inglaterra.
Mas, antes de abordar o presente, é preciso revigorar o passado, justamente desse que é um dos principais clubes britânicos (se não o maior) e também um dos melhores do planeta...
É uma história rica, fabulosa e gloriosa! Só que também, de grandes tragédias, como as de Heysel (atual Estádio Rei Balduíno, na Bélgica) e Hillsborough.
A de Heysel, foi em 85, na Final da Copa dos Campeões (hoje, Liga dos Campeões), quando perdeu de 1×0 pra Juventus. Antes mesmo de a bola rolar, hooligans prensaram grades de proteção das arquibancadas contra os torcedores da Juve. 39 pessoas morreram e milhares ficaram feridas, sendo a maioria do clube italiano.
Após esse gravíssimo incidente, as agremiações inglesas foram impedidas, na prática, pela Uefa de disputarem competições internacionais, por 5 temporadas.
O que a princípio não adiantou nada, pois em 89 veio outra tragédia: justamente a de Hillsborough. O mesmo Liverpool duelava por uma vaga pra Final da Copa da Inglaterra contra o Nottingham Forest e até faturou o troféu daquele torneio. Entretanto, o que ficou marcado, foi o horrendo desastre, ocorrido no meio dessa partida. Os holligans aprontaram novamente, deixando 96 mortos e outros milhares de machucados.
Assim como em Bruxelas, o estádio também estava irresponsavelmente superlotado, em Sheffield...
Foi daí cuja, inclusive, nasceu a Premier League, criada na temporada 92/93 (coincidentemente, na mesma temporada em que a Copa dos Campeões passou a se chamar Liga dos Campeões). A Premier League substituiu a versão original do Campeonato Inglês. Viria a ser a liga nacional mais rica do mundo. Aliás, hoje, muitos acham também a mais pomposa e melhor do planeta...
Têm seus defeitos ainda, mas para se ter uma ideia, nem alambrado separando a pequena distância do público pro campo existe mais. Um grande feito, que virou exemplo pro mundo...
Falando nisso, um dos grandes feitos do Liverpool, está no fato de ser reconhecido como a "terra dos lendários Beatles". Os Beatles são uma famosa banda de rock local, com sucessos mundiais, desde a década de 60 e 70. Porém, os reds também ficaram consagrados dentro de campo.
Entre as taças mais valorosas de sua galeria, estão as 6 Champions League: o Bi de 77 e 78 e os anos de 81 e 84. Além da época de "vacas magras", em 2005, cuja ficou como o "O Milagre de Istambul". Na ocasião, perdia a Final por 3×0 pro Milan, mas conseguiu o empate e, incrivelmente, nos penâltis, se deu melhor. Aliás, o goleiro Dudek brilhou naquelas penalidades, do time treinado por Rafa Benítez. Inclusive, o seu capitão, Steve Gerrard, é considerado até hoje o maior ídolo, em seus 128 anos de existência. E, claro, a do ano passado, já sob o comando do alemão Jürgen Klopp.
Aliás, o trabalho de Klopp merece um capítulo à parte! Após a excelente passagem pelo Borussia Dortmund, chegou aos reds, em 2015. Carismático, logo de cara "ganhou o grupo". Grupo esse, cujo foi sendo ajustado, até conseguir realizar o incrível trabalho sensacional de hoje.
Um revolucionário!
Nesse tempo, chegou a perder jogadores fundamentais - na verdade, só Phillippe Coutinho, mas lógico que com muita competência, grana e trabalho bem desenvolvido, foi reforçando a equipe. O que a tornou melhor, mais competitiva e, sobretudo, BRILHANTE! Mesmo sem Coutinho...
Além, é claro, da confiança da torcida e da paciência da diretoria, em deixa-lo colher os frutos. Mesmo após mais de 3 anos sem nenhum caneco, levantando apenas na 4° temporada, justamente a última UCL e o Mundial (único na galeria do clube, por sinal)...
O sistema tático é o 4-3-3, variando, principalmente, pro 4-1-2-3, 4-2-3-1 ou 4-3-1-2. É um time vibrante (especialmente, quando atua em casa), que varia a marcação pressão e a mais recuada, de maneira muito bem articulada.
Alisson, evoluiu e resolveu o problema do gol. Arnold e Robertson, se tornaram os melhores laterais da atualidade. O mesmo se aplica ao holandês Van Dijk, na zaga. O seu companheiro, Joe Gomez, completa bem o setor. Assim como Matip, quando joga. Apenas Lovren, por ser mais lento, fica um pouco a baixo. O brasileiro Fabinho, simplesmente, chegou "comendo pelas beiradas", tomou a posição de volante e dá a proteção necessária, chegando até bem à frente.
Contudo, o que mais chama a atenção neste conjunto, é a ofensividade, com muita volúpia, constância, técnica e criatividade. Isso, sem perder a lucidez e, sobretudo, a organização e sincronia.
Muitos dizem ser 3 volantes, mas Henderson, Milner ou Wijnaldum, ou quem atua à frente de Fabinho, são meio-campistas de bom passe, que armam e aparecem muito bem no campo ofensivo. Além de facilitarem o trabalho dos ótimos laterais, cujos também armam as jogadas em diagonal. Firmino, recua pra armar e também facilita, nesse sentido. Até por que os excelentes, velozes e habilidosos Salah e Mané (substituto de Coutinho) também fazem um "facão" idêntico, como se diz na gíria dos boleiros. Só o belga Origi que é mais limitado!
Todavia, o longo jejum de títulos ingleses, incomodava...
Para se ter uma ideia, até o início da Premier League, o Manchester United tinha 7 conquistas do Campeonato britânico, ganhou mais 13, somando 20, sendo a grande maioria com Sir (Senhor) Alex Ferguson e passou a ser o maior vencedor da competição nacional. Enquanto o próprio Liverpool, estacionava nos 18 nacionais e sem nenhuma Premier League.
O vice, com recorde de pontos, da temporada passada, já era um aperitivo...
Até que chegou, enfim, a atual...
Se não deu e teve que adiar o sonho de manter a hegemonia europeia e Mundial, simplesmente, disparou na liga. Abriu, nada menos, do que 22 pontos, em relação ao vice-líder e seu algoz do ano passado, Manchester City. Até que entrou o Coronavírus e a pausa forçada, obrigatória...
A Inglaterra é uma ilha que fica dentro do Reino Unido, um dos países mais afetados pela Covid. Segundo fontes locais, atualmente são mais de 310 mil infectados e mais de 43 mil falecidos. Algumas pessoas, afirmam que o país demorou pra tomar medidas mais restritivas. Só que, especialmente, quando o Primeiro-ministro, Boris Johnson, contraiu a doença e ficou isolado por 14 dias, fechou tudo (exceto, serviços essenciais, obviamente).
No entanto, após mais de 3 meses, o torneio voltou. Estava na 30° rodada, faltando 9 pro Final...
Bastou o empate sem gols, sábado, com o Everton, no clássico local e a goleada contra o Crystal Palace, de 4×0 na quarta-feira...
Com impressionantes 86 pontos e 23 de vantagem sobre o 2° colocado, o Liverpool só perderia o caneco, se perdesse todos os jogos restantes e o City também tivesse 100% de aproveitamento, nas rodadas finais (vencendo, inclusive, o próprio Liverpool, no Etihad Stadium)...
O 1° dos citizens, era diante do Cheasea, na quinta-feira. Aí, quando os blues o derrotaram por 2×1, foi uma explosão só dos reds!! A fanática torcida, incluindo jogadores e até o Yürgen e integrantes da comissão técnica foram para as ruas comemorarem. E bastante!!
Formaram o tão desaconselhável aglomeramento...
Apesar disso, em plena pandemia e após 30 anos, conquista merecida e histórica!
Pena não celebrar a tão marcante canção "You'll Never Walk Alone (Você Nunca Andará ou Estará Sozinho)", da banda Gerry & The Pacemars (roqueiros que foram próximos dos Beatles), dentro do Anfield Road...

Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Picanha incomestível...

Dificuldade esperada...

Semelhanças e contrates...