Alegrias, tristezas, nada de anormal...


Quinta-feira, Rebeca Andrade, garimpou a prata no individual geral da ginástica artística. Foi a 1° brasileira feminina a conseguir medalha na história da modalidade. Simone Biles, a viu, incentivou e se alegrou com as excelentes apresentações da talentosa brasileira. Um verdadeiro espírito olímpico!
Maior do que isso, só a lição de empatia e bravura que Natalia Partyka nos dá. Natalia, é uma mesa-tenista polonesa, cuja nasceu e atua sem o antebraço direito. 
Ela é uma das raras atletas a competir em Olimpíadas e Paralímpiadas. Entre os títulos, tetracampeã olímpica. Vale a pena pesquisar sua trajetória e a de outros atletas, também...
Mas, voltando a Simone: por dentro, sua tristeza constratava com a alegria de Rebeca.
Com uma carreira brilhante e 4 ouros e 1 bronze na Rio 2016, a norte-americana era a maior "joia de ouro" dos americanos. A mídia americana e até mundial, o esperava partir todos os recordes de medalha de ouro, que uma ginasta alcançar. 
Só que mesmo levando a prata em equipe, nestes Jogos de Tóquio, Biles, experimentou o peso insuportável da pressão. Aí, por questões físicas e mais ainda, psicológicas, resolveu sair das finais. O corpo e a mente não aguentaram! 
Todos os esportistas cruzam as pontes altas e baixas, das ascensões e dos declínios. Seja em grande ou pequeno grau e, independentemente, se são por motivos físicos, emocionais ou até, técnicos. Todos!
Mesmo vencedores, como Mayra Aguiar, que acabou de conquistar o bronze no judô, também enfrentou dificuldades.
Aliás, a gaúcha se tornou a judoca brasuca mulher a atingir o feito de faturar 3 pódios, em um esporte individual. Mayra, já havia repetido o bronze nas 2 últimas olimpíadas. Além disso, o judô, esporte de Aguiar, é a modalidade que me deu medalhas para o Brasil na história das Olimpíadas: 24. 
No entanto, o caminho de Mayra até o Japão, foi de uma delicada cirurgia no joelho, em 2019. Por isso, o ar emocionado: "acho que é a conquista mais importante para mim. Não aguentava mais fazer tanta cirurgia", definiu, categoricamente, em entrevista pra Globo. 
Só que nessa sociedade híper-consumista e glamourizada ao vento, sucessos, como o de Rebeca, Mayra, dos nadadores Dressel, Katie Ledecky, Ariarne Titmus, pra citar outros casos, irão até quando? Quem será o próximo "bola da vez?" "Será que Simone Biles irá se recuperar e a colocarão de volta a "crista da onda nas próximas competições?" 
Daí, a importância de um trabalho mental feito com praticidade, sinergia e desenvolvimento. O que pode servir pra vida dos desportistas como um todo...
Além disso, há inúmeros fatores visíveis ou não, que podem ocorrer durante as encruzilhadas esportivas. 
Foi o que houve com a seleção feminina do Brasil, eliminada nos penâltis pelo Canadá, por exemplo. 
No próprio judô, com erro de arbitragem, Maria Portela desclassificada pela russa Madina Taimazova. Quem esperava que o craque sérvio, Novak Djokovic, acabasse em 4° e sem medalhas no tênis masculino? Nathalie Moellhausen, campeã Mundial de esgrima, saiu logo na 1° rodada, ao perder por apenas um pontinho de Rossella Fiamingo. 
Djokovic e Nathalie, são mais rodados, principalmente, de vida, do que boa parte dos praticantes olímpicos, como Arthur Nory. Bronze no Rio de Janeiro, o ginasta foi mal em solo nipônico e ainda enfrentou acusação séria de racismo. 
Às vezes, a bagagem pode ajudar e fazer a diferença. Ainda mais, se estiver em bom estado atlético e lúcido tecnicamente. Por outra via, claro que há jogadores e times cujos confirmam o favoritismo, mas também têm os bons e surpreendentes resultados positivos. 
Laura Pigossi e Luisa Stefani, hoje, garantiram o bronze nas duplas de tênis, por exemplo. Feito que nem expoentes da modalidade no Brasil, como Guga e Maria Esther Bueno, atingiram. O mais próximo, era o argentino naturalizado brasileiro, Meligeni, em Atlanta 96. Laura e Luisa, não estavam nem cotadas pra ir as Olimpíadas...
Ana Sátila, 1° finalista brasileira da canoagem C1 Slalom, mesmo sem medalha, também precisa ser destacada positivamente. 
Noto também, que esses testemunhos tão apurados e comentados dos atletas brasileiros, vêm do âmago e são sinceros (aliás, a música tocada nos pódios também têm sido tocantes). Isso é bom. Entretanto, falta assessoria de imprensa/comunicação pra orienta-los em relação a fama, que costuma ser efêmera, mas pode causar um estrago danado, por sinal. Fruto de um país, que fora das Olimpíadas, excetos alguns poucos espasmos, só nutre o futebol masculino (e olhe lá). 
Porém, mesmo mundialmente, nem sempre as expectativas são atendidas de acordo com os anseios, principalmente, descomunais, desproporcionais. Por isso, mesmo nos resultados e acontecimentos "fora da curva", não há nada de anormal...

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