Até aonde se equivalem?


Nesta época, diante da Copa América e Eurocopa rolando ao mesmo tempo, muitos têm feito comparações entre elas. Se pensarmos que são as os 2 principais torneios continentais de seleções, isso é inevitável. Só que às vezes, beira a exaustão. 
Porém, trago alguns dados a se pensar, refletir: primeiro, apesar da Eurocopa ser o "velho continente", por inusitado que pareça, a competição sul-americana é mais antiga. Tem mais de 100 anos e está na 47° versão. Já a Euro, vive há 61 anos e está na 16° edição, apenas. No entanto, coincidentemente, os 2 campeonatos serão decididas sob os palcos mais pomposos do mundo e com o time da casa inserido. 
Brasil × Argentina, no Maracanã e Inglaterra × Itália, em Wembley. 
Wembley, foi erguido em 1823 e é o estádio mais secular do mundo. Segundo relatos controversos, o motivo de sua construção foi o fato de os ingleses serem os inventores do futebol, cujo a profissionalização vira a obter em 1863, com a Football Association, tipo a CBF deles, que até hoje cuida do futebol inglês). 
Como este esporte se tornou bastante popular por lá e é o mais famoso mundialmente, Wembley alcançou a aura dos grandes templos do planeta. Quando suas torres gêmeas foram alçadas, a capacidade era de 82 mil pessoas presentes. 
Além de eventos futebolísticos nacionais e internacionais, incluindo o único título mundial do English team, em 66, já houveram inúmeros shows musicais e até campeonatos de corridas de rua, ao ar livre. O seu belíssimo museu está recheado de atrações. 
Aliás, há de se enfatizar que muitas vezes eles valorizam mais a sua trajetória, história. Ao contrário do lastimável abandono e até depreciação que, de tempos em tempos, vemos por aqui... 
Só que o Maracanã, ira a ser levantado pra Copa de 50, no já chamado "país do futebol". O "Maracanazo" daquela Copa abalou o Brasil, mas impediu a glória do Maraca. 
O então maior estádio do mundo, com espaço pra quase 200 mil amantes da bola redonda, chegou também a façanha de receber espetáculos universais. Eventos de outras modalidades, apresentações musicais, cultos religiosos. 
Assim como Wembley, possuí um amplo e lindo museu. Além de um excelente complexo em volta, pra visitação e lazer. Ambos, próximas de estações de metrô e ônibus, com muito boas localizações. 
Mas, as aferições, praticamente, acabam por aí. Inclusive, Wembley, quando refeito, de 2003 a 2007, ficou apto para 90 mil lugares e não se tem notícia de corrupção. O recém-setentão Maraca (passou dos 71 anos) Maraca, passou por algumas reformas, especialmente, nos últimos anos e não se falta manchetes de lamentáveis "suspeitas de superfaturamentos". Mesmo com o público reduzido para no máximo 78 mil assentos. O que não o retirou a capacidade de "maior estádio do mundo". Hoje, pertecente ao Rungraro, na Coreia do Norte, para, pelo menos, 114 mil espectadores. Pelo menos. 
Então, por embaraços socioeconômicos, de organização, políticos, educacionais, táticos, técnicos, hoje, não dá pra defrontar a Copa América com a Eurocopa. Assim como, em média, a Libertadores com a Champions League. Mesmo a Confederação Sul-Americana ter adotado jogo único na final da Libertadores e afins. E a própria Conmebol sabe disso. Por isso, a decisão da Copa América marcada para este sábado, fugindo da concorrência com a UEFA.
Aliás, enquanto a América do Sul, teve de mudar as sedes na véspera (saiu da Colômbia e da própria Argentina pro Brasil) e com medo da mesma Conmebol de não realizar as partidas, a Europa consegue até colocar ótimos públicos e com rendas, em seus jogos, durante a pandemia. Além de realiza-los em 11 cidades, de 11 nações distintas. Coisa que mesmo duvidava. A realidade é outra. 
O que não significa, necessariamente, que todos os jogadores, técnicos e equipes de lá sejam mais fortes do que os daqui. Nem que um sul-americano, como o Brasil, não vencer um jogo ou a Copa do Mundo, por exemplo, contra um grande europeu, inclusive. Nem que toda a infraestrutura ou até a sociedade europeia seja melhor do que a nossa em tudo. 
Brasileiros e argentinos são os maiores rivais de seleção do universo. 
O Brasil, de Neymar, tem o encargo de ganhar em casa e do maior oponente. Entretanto, o peso de não conquistas da equipe principal da Argentina, de Messi, desde 93 e sem público (ou, pelo menos, sem a maior parte da torcida, já que a politiqueira Conmebol quer liberar 7 mil assentos pra convidados), pode decidir a fatura. 
A Inglaterra, cuja já partiu o tabu de mais de meio século ausente de finais, agora pode esperançar o inédito caneco. Ainda mais, sob o maior empurrão oriundo das arquibancadas. Todavia, a Itália, mais consistente (talvez, com um leve favoritismo, dependendo do ponto de vista), também pode esperançar a consagração da sua mudança de estilo de jogo. Só que além de decidir em solo britânico, o físico e em fim de temporada, pode pesar. A azurra vêm de 2 prorrogações e 1 disputa de penâltis. Já os ingleses, também em término de temporada, vêm de 1 prorrogação. 
Tudo pode acontecer. Mesmo diante da globalização, de diferenças, nuances... 

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