Foi ótimo, mas poderia ser melhor...


Na dianteira do quadro de medalhas, os EUA ultrapassaram a China e mantiveram o topo. Fecharam com 39 ouros e 113 no total. Os chineses, que desde a sua realização em Pequim 2008, são natas olímpicos, acabaram com 38 ouros e 88 no somatório geral. 
O Japão, em casa, foi muito bem: 27 ouros, 58 no somatório e a 3° colocação garantida. Agora, o trabalho dos japoneses é ser ainda melhor no próximo programa. 
Coisa que somente 3 países conseguiram: a Grã-Bretanha, 4° lugar desta edição, sediou em Londres 2012 e no Rio 2016, ficou atrás só dos americanos. A Alemanha, que recebeu em Munique 72, superou em Montreal 76. E o Brasil, que no Rio, foi 13°, com 7 de ouro e 19 no total, agora acabou com as mesmas 7 de ouro. Só que 21 no currículo geral e a 12° posição no quadro. O que, assim como os japoneses, tornou a melhor campanha da história brasileira nos Jogos.
Por isso, foi ótimo, grarificante e emocionante. No entanto, podia ser melhor. Por exemplo, o vôlei, principalmente, de praia, foi a principal decepção. Desde o seu início em Atlanta 96, foi a 1° vez que não encaixou nenhuma dupla, nem entre os semifinalistas. 
Isso já é um pequeno tom. Todavia, o real case do Brasil está na ausência de políticas públicas voltadas para a garotada, desde a infância, na escola. 
Grandes do tipo Estados Unidos, China (apesar do comunismo...), Japão, Rússia, Grã-Bretanha, até o Canadá investem na base e nas universidades como ponto de apoio. Dificilmente, algum(a) garoto(a) necessita sair do país pra estudar e competir, por exemplo. Exceto, em intercâmbios, que geram bagagens. Aliás, eles já até se acostumam com as cobranças... 
O blog apurou que 19 dos 21 medalhistas tiveram a contribuição do programa Bolsa Atleta da União. Além disso, 17 desses consagrados, passaram pelo PAAR (Programa de Atletas de Alto Rendimento) do Ministério da Defesa, que dá estrutura e os estumulam a participar de campeonatos. 
Aliás, projetos sociais de Pernambuco, foram vitais na caminhada de Alison dos Santos, ao bronze no atletismo. Da Bahia e de São Paulo, nas vitórias de Bia Ferreira, Hebert Conceição e Abner Teixeira, respectivamente. Portanto, coincidentemente ou não, boa parte deles vindo do Nordeste, da Bahia. Aliás, o boxe foi o esporte que mais surpreendeu positivamente o Brasil. Mesmo já vindo do ouro de Robson Conceição, no Rio e presenciado renomes, como Popó e Éder Jofre. Portanto, mão de obra não é desculpa. 
Aliás, por experiência própria, afirmo que o handebol é um dos esportes mais praticados nas escolas. Eu mesmo já joguei na Educação Física do colégio. Nunca entendi o motivo de não ser bem reconhecido no Brasil. Mesmo com o título Mundial da seleção feminina, em 2013. Agora, não dá pra ter uma Lei como a Piva, cuja só repassa 2% do bruto que arrecada das loterias de todo o país pro COB e CPB. Lembrando, que segundo o IBGE, é um país de mais de 212 milhões de habitantes... 
Aliás, vale a pena o olhar pras leis atuais, mas precisam ser ampliadas, simplificadas. O empresariado também é importante. Não só pra patrocinar, porém manter atletas, equipes e estrutura em solo brasileiro. 
Aí, por exemplo, os empresários e as entidades que bacarem atletas, poderiam receber um razoável incentivo tributário. Seria bom pros próprios empresários e os praticantes, poderiam arcar uma preparação mais estável e a longo prazo. 
Hoje, vários, quando patrocinados, são apenas às vésperas e nas próprias Olimpíadas. O que os desestimulam a seguir e prosseguir no esporte, no estudo ou no Brasil. Daí, todo o esforço físico, técnico e emocional pode ser comprometido... 
A mídia, por exemplo, poderia ir atrás e debater "quanto custa uma prancha de surfe?", "qual a real estrutura que o Arthur Zanetti ou a Rebeca Andrade tem na ginástica?, "quais as condições de trabalho que o Isaquias Queiroz, a Ana Marcela, o Thiago Braz, o Bruno Fratus possuí pra trabalhar?" Não dá pra depender só de Pan-americanos "da vida", modalidades coletivas (e olhe lá) e um ou outro "fora da curva". 
A população, antes de reclamar dos insucessos dos nossos atletas, que, por sua vez, são meros guerreiros, deveria cobrar dos congressistas, governates e sociedade civil mais vontade e visão, em pró do esporte. 
Tomara que o Brasil passe a encarar o esporte. De verdade! Não, apenas, por meio de resultados e conquistas. Mas, sim, como uma fonte transformadora do país... 

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