Alguém ainda acredita em Renan Calheiros?


Após 6 meses, 67 sessões, mais de 500 requerimentos apresentados e 190 quebras de sigilos, em 1180 páginas de inquéritos, finalmente, acabou a CPI da Covid. CPI essa, cuja homologou indiciamento de "crimes sanitários" ou de "responsabilidade pública", contra 78 pessoas e 2 empresas. 
As empresas são a Precisa Medicamentos e a Vtclog. Só que entre os 78 agentes públicos imputados, estão o presidente Bolsonaro, os seus filhos Eduardo (dep. federal), Flávio (senador) e Carlos (vereador no RJ). 
Ministros ou ex, como Pazuello, Queiroga (que, por sinal, depôs 2 vezes a Comissão), Braga Netto (atualmente na defesa), Onyx Lorenzoni (atualmente na Secretária Geral da Presidência), Ernesto Araújo (que estava nas relações exteriores) e Wagner Rosário (CGU), são outros dos indiciados. 
Deputados federais, como Ricardo Barros (líder do governo na Câmara), Bia Kicis, Carla Zambelli, também foram apontados nessa lista. Assim, como o empresário Otávio Fakhoury, a médica Nise Yamaguchi e outros.
Osmar Terra, foi leve e falsamente debochado por determinados parlamentares. Roberto Dias, até preso (apesar de solto no mesmo dia, mas não havia prova alguma contra si). Wajngarten, quase. Mayra Pinheiro, humilhada, pela frente e pelas costas. Luciano Hang, criticado até pela vestimenta.
Mesmo assim, o grande paradigma foi a falta de foco no que realmente interessa (ou interessaria) ao país. O que não é nenhuma novidade na história brasileira. 
Politicamente, o alvo era SOMENTE o Governo Federal. E os estados e municípios, que ganharam milhões da União (lembrando que o STF tirou o poder do governo federal...) e fizeram uma péssima gestão, com suspeitas fortíssimas, até de corrupção? Praticamente, nada de investigação.
Por exemplo, Carlos Gabas, diretor do Consórcio Nordeste, suspeito de não entregar respiradores, oriundo de uma empresa à base de maconha, não foi nem chamado para depor. Mesmo com a insistência de alguns Senadores, como Girão (Podemos - CE). 
Entretanto, não é difícil saber os motivos desse insucesso, dessa tristeza não. Dos 7 Senadores que aprovaram o relatório de Renan Calheiros (MDB - AL), pelo menos, 6, têm ou já tiveram algum inquérito contra si no STF. Inclusive, a própria direção da Comissão Parlamentar de Inquérito, com o presidente, Omar Aziz, o vice, Randolfe Rodrigues e o próprio relator, Renan Calheiros. 
Aliás, Renan, tem 9 processos contra si no Supremo. Nove, pelos quais vale a pena resumir o número dos processos e o motivo de seus imputamentos, abaixo: 

4215 - Transpetro. 
4492 - Desvios no Postalis. 
4382 - Propina da Odebrecht. 
4833 - Atlântico Sul.
4832 - Propina no Estaleiro Rio Tietê. 
4464 - Caixa 2 da Odebrecht. 
4426 - Propina da Odebrecht.
4326 - Quadrilhão do MDB.
4707 - Propina da JBS. 

Traduzindo: tudo por suspeitas pesadíssimas de corrupção ou afins. Um ditado polular chamaria isso de a "raposa cuidando do galinheiro". Porém,  a raposa sempre suja o galhinheiro. E não limpa. 
Então, será que o Renan se acha uma "raposa" (e velha), cuja engana alguém? Alguém acha que ele está realmente preocupado com as mais de 600 mil mortes? Por que ele, a cúpula diretiva da CPI e de "partidos de esquerda" não tocam nos mais de 20 milhões de recuperados? E no número elevado de vacinados, cujo, por sinal não foi por causa dessa Comissão Parlamentar. 
Aliás, alguém acredita (ou acreditou) em José Renan Vasconcelos Calheiros e nessa CPI? De verdade? 
Depois que o STF desarquivar e investigar o seu histórico, a gente conversa... 😇💤

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