Os ajustes que fizeram a diferença...

Foto: Gilvan de Souza/Flamengo

Já critiquei o excesso de troca de treinadores. Especialmente, no futebol brasileiro. Mas, é claro que há casos onde pode culminar positivamente. Mesmo que sejam exceções. Ainda mais, quando o trabalho não vinha agradando a ninguém. Nem aos imediatistas torcedores, os exigentes diretores e mais ainda, os jogadores. 
Era o caso de Paulo Sousa, no Flamengo. Clube cujo vivia o fantasma da fabulosa passagem de Jorge Jesus, como disseram alguns comentaristas. Daí, a cada insucesso seguinte, o pesado coro "mister" das arquibancadas e insistentes pedidos pela volta do português. 
Aí, ainda com a sombra de seu compatriota, veio o desligamento de Paulo e a chegada de Dorival Jr. Treinador brasileiro, de araraquara, SP, porém sem alarde. O curto contrato de 6 meses e o salário abaixo dos padrões, para um técnico de elite (R$450 mil, segundo fontes da Gávea), eram mostras de descrédito. 
Então, Dorival optou pelo caminho mais básico, sem adorno ou "invenção exagerada", de Sousa: cada atleta na sua posição e função, com liberdade pra flutuar, em sincronia e vestiário ganho. "Na mão." E nada de 3 zagueiros, por exemplo. Embora, Filipe Luís, quando tem fôlego, fecha o setor esquerdo. Além de ser técnico, com a bola dominada, ajudando o meio-campo, em certas ocasiões. Iniciando a organização do time. O outro lateral, direito, Rodinei, autor do penâlti decisivo na Copa do Brasil, vive a sua melhor fase, no Flamengo. Aí, Léo Pereira, acabou resgatado na zaga. Ao lado do rodado, David Luiz, subiram de produção. Santos, é a incrível segurança na meta!
No meio, Thiago Maia, João Gomes, Vidal, são bons e entraram muito bem no time. Éverton e Arrascaeta, têm suas discrepâncias, mas brilham nas arrancadas e assistências. Sobretudo, para Gabigol (autor do tento triunfante na Libertadores, igualando a Luizão, 29 gols, como o brasileiro que mais marcou, na história do torneio) e Pedro (artilheiro da Libertadores 2022, 12 gols e eleito melhor jogador da competição), que podem funcionar juntos. 
Contudo, sem Bruno Henrique, lesionado. Aliás, fora Bruno, ainda há outras boas peças de reposição. Como Cebolinha,  Marinho, Matheus França, Matheuzinho. Por isso, mesmo sem as atuações de gala na finais, diante de Corinthians e Athletico Paranaense, os títulos da Copa do Brasil e ontem, Libertadores. 
Dorival, enfrentou o Câncer de próstata e a Covid, e ficou praticamente 1 ano e meio desempregado. Até assumir o Ceará e o rubro-negro, o "pescar". É o seu ápice, depois do repentino e apoteótico Santos, período de Neymar, Ganso, em 2010. Cujo levou o Paulista e a Copa do Brasil. Às vezes, na complexidade do futebol, a simplicidade faz a diferença, mesmo. Dorival, não conseguiu a mesma idolatria de Jesus. Porém, foi o que mais chegou perto, após a passagem do português, pela Gávea.
Que serviço magnífico e quase perfeito, de Dorival Silvestre Júnior...
(Post ainicial,que mudou em 5 dias a data de sua publicação inicial.)

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