O desenvolvimento representado na beleza...

Foto: Cameron Spencer/Getty Images.

Numa sociedade que prega diversidade, amplitude, igualdade, emergiu a vez delas. Sim, se mulher pode estar no posto quiser, porque não no futebol? Jogando, treinando, auxiliando, apitando, como roupeira, até na maquiagem ou mesmo, torcendo?... 

Isso mesmo. Na final da Copa do Mundo mais significativa e histórica feminina, a Espanha triunfou sobre a Inglaterra, no crescente clássico europeu: 1×0. 

Antes da decisão deste domingo, vale destacar que: foi o Mundial feminino com maior audiência pela TV, mais visualizações pela internet. Fora, o público nos estádios e nas fan-fests da Fifa. Pra se ter ideia, segundo a entidade, a receita da Copa deste ano, passou dos 570 mi/dólares. Relativo a R$2,8 mi. 300 mi ou R$1,4 só no marketing. Contra 165 mi/dólares do mesmo departamento, em 2019, na última edição do torneio feminino. 

Nenhuma das semifinalistas de agora, havía ganho o troféu e na disputa do 3° lugar, a Suécia venceu a Austrália, por 2×0 (Rolfo e Asllani fizeram os gols). As matildas adoraram o 4° lugar, sua melhor campanha na história. Aliás, ao lado da vizinha oceânica Nova Zelândia, a Austrália foi sede desta Copa do Mundo. Incluindo a final deste domingo, para mais de 75 mil sorridentes espectadores, no Estádio Olímpico. Pertinho da linda Baía de Sydney, capital australiana. 

Falando nisso, prevaleceu o toque de bola refinado e a imposição da marcação espanhola, sob a força, tradição emergente e qualidade inglesa, campeã europeia e da Finalíssima (contra o Brasil, por sinal). O jogo pelos lados, principalmente, o direito, apesar do gol do título ter saído pelo esquerdo, com a ótima Olga Carmona, foi outro fator precioso. Que resultou no 1° caneco da fúria. Seriam estilos importados do masculino?

De qualquer forma, as jogadoras espanholas, unidas, pelo menos, conseguiram driblar os descréditos internos e claros,  diante do técnico Jorge Vilda. Superaram a equipe da excelente Sarina Wiegman. 

Mas, assim como a seleção britânica, as espanholas, cada vez mais, injetam milhões de euros, via trabalho a médio e longo prazo. Inclusive, a grande maioria das 23 jogadores de Inglaterra e Espanha, que estiveram em solo oceânico, atuam dentro de seus países. Apenas 3 inglesas jogam fora e 1 espanhola. Aliás, o Barcelona levou 2 das últimas 3 Champions League e o atual título Mundial de suas seleções Sub-17 e 20, mostram que isso é, apenas, a planta da semente. 

Aliás, de onde saíram revelações, como Salma Paralluelo, de 19 anos. Companheira de Barça e consagrada agora na seleção, de Alexia Putellas, 2 vezes eleita "melhor do mundo". O estranho foi vê-la na reserva de Paralluelo, na maior parte do jogo de ontem. A também boa Alba Redondo, companheira de ambas, no Barcelona, foi mantida no time. As defensoras Cata Coll, Ona Batlle e Paredes (que também é capitã) são outras de bons atributos. A meio-campista Bonmati foi eleita a "melhor jogadora da competição" e  Jenni Hermoso, ainda perdeu um penâlti. Cujo a vibrante Earps, eleita a melhor da posição nesta Copa, pegou. 

Aliás, a zagueiras Bright (também capitã) e Greenwood, a lateral/ala direita, que é zagueira no Barcelona, Lucy Bronze, a meio-campista Stanway e a atacante Russo, são algumas das melhores jogadoras inglesas. Além da perca do pai de Carmona, a notícia negativa desta final, foi o beijo "roubado", que o presidente da Federação Espanhola, Luis Rubiales, deu na boca de Jenni, na premiação, após a decisão. 

Foi uma boa final e o desenvolvimento representado na beleza espanhola, preponderou-se. Não beleza de aparência física, mas, sim, de futebol dominante, sob a força inglesa. O futebol feminino está em evolução e finalmente! Que a saciedade acompanhe essa crescente. Aliás, pode não parecer, mas esta foi a 9° edição da Copa do Mundo feminina. A 1° via sede dupla (claro, Austrália e Nova Zelândia juntas) e diante de 32 seleções. Mas, repito: a 9° edição deste torneio feminino... 😜😂✨✊🙏🙌

Brasil: além das 4 semifinalistas (mesmo a anfitriã Austrália, cuja não é a modalidade principal e a craque Kerr clamou por mais investimento), Canadá (atual campeã olímpica), Japão (mesmo também o futebol não sendo a principal modalidade) e principalmente, os Estados Unidos (apesar de também não ser a principal atividade esportiva), empreendem de forma alavancada no futebol feminino. Fora, outros europeus, como Alemanha, Holanda, Noruega e França. 

O Brasil já faz isso e precisa continuar ou até aumentar. Mesmo com a decepção da queda na 1° fase, desta edição. No futebol e na vida, podem ter imprevistos. Todavia, geralmente, um trabalho para dar certo tende a ser de médio a longo prazo. Ainda mais, se for a fim de se estabelecer. Só que pra se afirmar entre as grandes, precisa chegar. Pia Sundhage, tem contrato com a CBF, até as Olimpíadas do ano que vem. Mas, há torcedores, jornalistas e até atletas, cujas estiveram com ela na Copa, que acham melhor a saída dela, já. Se isso ocorrer, quem assume o comando? E Marta, será que a "rainha", considerada "a Pelé das mulheres", revê a decisão de sair da seleção agora e dá "o último sprint", em Paris? 

Porém, independentemente dessas questões, na afirmação do futebol feminino, urge a persistência. Ainda que com tropeços, percalços ou decepções no caminho. Até pra corrigir os ocasionais ou inevitáveis erros. Só assim, para equiparar 1 ciclo de atraso, ao menos, em relação a outras fortes ou potentes seleções... 😇

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