Seria o choque que os argentinos necessitam?

Foto: Cristina Sille/Reuters.

No mundo contemporâneo, cada vez mais, polarizado, binário, intransigente e delicado, a Argentina não escapa disso. Dessa divisão mesmo. De uma ponta, o peronismo dos Kirchners e do atual presidente, Alberto Fernández, cujo tão fraco, que nem pensou em tentar a reeleição (alguma surpresa nisso?), com Sergio Massa. Da outra ponta, o "boom" de Javier Milei, apoiado pelo ex-presidente, Mauricio Macri e pela 3° colocada no pleito do 1° turno, Patricia Bullrich. Embora, parte considerável de sua legenda (Proposta Republicana), migrou, exatamente, pra campanha de Sergio. 

Mas, se tem um "sal" em comum nos 2 canditados, além da idade jovem aproximada (Sergio, 51 e Javier, 53 anos) e deles mexerem com economia, a rejeição de ambos, bate na casa dos 50% dos argentinos. Portanto, nada menos do que polarizada, mesmo. Perfeitamente propício a um dito "louco", que chega a levar motossera para comício e "dá show", em entretenimento na TV. Ainda mais, se for exatamente um economista e quase "sem tarimbo político".

Assim, Milei virou deputado, em 2021. Para espanto de vários esquerdistas, de boa parcela da opinião pública e da sociedade civil. Ou seja, Milei entrou na Câmara Argentina, "apenas", há 2 anos. Mesma época e tempo da fundação de seu emergente partido, La Libertad Avanza. 

Só que seu destino, estava reservado para as Eleições presidenciais, deste domingo, de 2° turno, da bonita Casa Rosada: avassador, retumbante! Não somente pelos 10 inesperados pontos a frente de Massa (55,7% a 44,3% dos votos válidos), mas, principalmente, por ser tratado como um "ultradireitista". Atingindo jovens de redes sociais, atônitos, ouriçados por transfigurações. Mesmo que das mais "radicais". 

Então, o desafio do novo presidente eleito, não se avizinha dos mais tranquilos... Começando pela 1° parte da pesadíssima dívida de 44 bi/dólares ao FMI. Nos primeiros dias de mandato, ainda em dezembro deste ano. 

Contatos com Brasil, China e Mercosul, não devem ser estancados. Mas, sim, reajustados, redesenhados. O Banco Central, é outro que não deve acabar, exatamente. No entanto, também, deve ser revisto com meticulosidade o seu funcionamento. 

Inclusive, a tão vociferada dolarização na campanha passa (e muito) por isso. Já que o peso argentino criado lá pela década de 80 e "se convertendo" com o passar dos ciclos, veio, justamente, para "acompanhar o dólar americano". Além do mercado exterior. Afinal, o país necessita de doláres (e recheados)... 

Tendo o novo governo de ser hábil e contundente, desde o princípio da sua gestão. Afim de negociar pacotes econômicos, diante do Congresso. O que não será fácil. Considerando sua minoria de cadeiras, via Câmara e Senado. 

Entretanto, a política fiscal e cambial peronista, de Fernández, dos Kirchners e claro, Massa, também, não vinha a agradando a ninguém. Não a toa, aliás, inflação de 142%. Cotação do peso, mais de 350 dólares, em média/dia. E segundo o próprio Banco Central da Argentina, com a taxa de juros, igualmente, num disparate mais de 100%. Chegando a miseráveis 133% ao ano. 

Miséria que, segundo as estatísticas do reconhecido órgão local, Indec, jogaram mais de 40% do povo argentino pras ruas. Sem lar para morar. O que, por si só, já é BEM LASTIMÁVEL!!!! Só que dessa taxa, 6,8% das famílias argentinas ainda perpassam na FOME, de alguma forma... 

Isso, sem pincelar as sucateadas educação, saúde, segurança. Cujo Milei é armamentista ao contrário de Massa e esquerda. Que preferem o horrendo aborto. 

Daí, a "faca" ou a "motossera" 🐸✨😗🙏 ir parar sob as mãos de Javier. Para a atordoada esquerda, reclamar ou bailar, como se fosse um tango portenho insosso. E a direita, que até aqui no Brasil, alvoroçou Milei, "sentindo-se vingada", pela perda de Bolsonaro, via pleito de 22. Só falta Trump voltar a ganhar nos EUA, no ano que vem e o próprio Bolsonaro, ter a chance e ganhar em 26. Pra "trinca ficar completa". E dentro da "polarização", com "requintes contemporâneos", mesmo. 

Portanto, seria o ousado e julgado, até por seu "óculos caído" e "cabelo despenteado" Javier, o responsável por "sacudir a América do Sul", esgotado por (des)governos de esquerda? Mas, antes, seria o emergente, novo, audacioso e vigoroso Milei, o choque que os argentinos (tantam) necessitam? 

Que Javier Gerardo Milei e a sua vice, cuja também é amiga de parlamento e partido, Victoria Villarruel, obtenham êxito, em suas missões! A se considerar que o Brasil é o seu 3° maior parceiro comercial. E, sobretudo, que a República Argentina, é o 2° país mais visto da América do Sul... 😘😚✋✨😂🙏

Comentários

  1. Diante da realidade que eles estavam passando, acho que essa sacodida do Milei era mais do que necessária. Eu estava daqui torcendo por ele. Ainda podemos escrever isso ou será que poderemos ser presos? rss- não duvido de mais nada por aqui.

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