O estrategista e o copeiro...
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Sou crítico da supervalorização dos técnicos, em vitórias e derrotas dos times. No entanto, isso não é desmerecer o seu papel. Em seus devidos lugares e circunstâncias, o seu espaço é relevante. E pode ser bem feito...
Dorival Júnior, após terrível passagem pela seleção brasileira, voltou a mostrar que é um bom treinador. Ou seria ótimo?
Se seus times e o atual Corinthians capengaram no Brasileirão, em jogos eliminatórios e, sobretudo, na Copa do Brasil, a simplicidade cirúrgica de Dorival se supera.
Além de aglutinar vestiário, mostrando o quão essas partidas são "separadas' das demais", consegue uma outra pecha fundamental: extrair o melhor tecnicamente dos seus comandados. Como ocorreu, domingo, diante do Vasco, de Fernando Diniz, no Maracanã, com quase 70 mil pessoas.
Coragem de entrar com Garro e, mesmo, Carrilho, mais marcador (embora, apoiador de qualidade e na direita) no banco. Coisa que eu mesmo não faria. 4 ditos volantes e pra cerrar o meio-campo: Raniele, José Martínez (vaga que seria de Carrilho, cujo só entrou no 2° tempo. Raniele, saiu e Martínez, se segurou a ''trancos e barranco" até o fim), Maycon (mais a esquerda) e Breno Bidon (no posto de Garro, que só o tirou na etapa final).
Antes de sair, inclusive, Bidon, fez uma jogadaça (!) no 2° gol, o de Memphis. Em momento, que o Vasco atuava melhor. Aliás, os 2 gols, também, tiveram participações de Matheuzinho (outro acerto e estratégico de Dorival. Apostou e funcionou sua velocidade, em cima do improvisado Puma, via lateral esquerdo vascaíno) e Yuri Alberto (autor do 1° tento).
Aí, com 2x1 (Nuno Moreira, havia anotado pra equipe da colina, após jogada e bola levantada por Andrés Gomez), Diniz colocou até 6 a antes e expondo todo o time. Sim, pra pressão e jogo aéreo, foram a campo, Vegetti, GB, David. Fora, Mateus França e até o zagueiro, Robert Renan rodando a área...
Então, Dorival, tacou até 5 beques e fechou mais ainda a casinha: J. P. Tchoca fazendo "dobra" com Matheuzinho (nessa altura do jogo, guardava mais a posição, na lateral direita) e Angileri, na vaga de Mateus Bidu. Além de toda a proteção do meio-campo. Só Rodrigo Garro e Memphis Depay, pra puxar possíveis contra-ataques.
O lance mais perigoso foi o chute da revelação Rayan (que fez um bom jogo. Com todo o respeito, discordo de quem disse que "não") e a defesa de Hugo.
Pronto. "Nó tático" de Dorival em Diniz? Besteira, que alguns insistem em repetir. Porém, mesmo em jogo não brilhante, deu tudo certo pro estrategista e copeiro técnico. Que, agora, ao de Felipão, são os técnicos mais vitoriosos da Copa do Brasil: 4 canecos, cada. Coincidentemente ou não, o mesmo do Sport Club Corinthians, no torneio.
Clube, cujo durante a temporada trocou, não só de treinador, mas de presidente, com o impeachment de Augusto Melo. Ambiente político e econômico conturbado. A dívida passa dos R$2,7 bi e é a maior, segundo o balanço dos clubes brasileiros, em 2025. Chegando até a ser impedido de contratar jogadores, o conhecido ''transferban'' da Fifa.
Mas, que na Copa do Brasil e no Paulista (este título treinado por Ramón Díaz) se sobressaiu.
Copa, comandada por um técnico, que já venceu um câncer na vida, o de próstata...
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